A isonomia salarial prevista em nossa Lei Maior jamais foi observada e cumprida. É abismal a diferença entre os servidores do Poder Executivo comparada à do Legislativo e Judiciário que possuem penduricalhos de toda ordem.
Um depoimento falso atribuído ao Deputado Federal TIRIRICA serviu , porém, para mostrar que os vencimentos diretos e indiretos de seus colegas se aproximam aos R$ 200 mil mensais.
As redes sociais revelaram que inúmeros juízes de diferentes Estados recebem mais de R$ 100 mil por mês. Somente no Tribunal de Justiça de Mato Grosso um deles recebeu quase R$ 504 mil, 9 mais de R$ 400 mil, 10 mais de R$ 300 mil, 12 mais de R$ 200 mil, 35 mais de R$ 150 mil e 17 mais de R$ 100 mil. A repercussão foi tão negativa que a Presidente do Conselho Nacional de Justiça se viu forçada a determinar aos Tribunais a remessa das folhas de pagamentos de seu pessoal devidamente detalhadas. Convém observar que o teto constitucional é de R$ 33,7 mil, remuneração fixa de Ministro do STF. Mas o mais estarrecedor é que neste Tribunal 9 técnicos e analistas judiciários receberam valores superiores a este limite, sendo que 1 deles, em julho, foi aquinhoado com R$ 226,8 mil já com o desconto do imposto de renda.
Assim não há reforma que dê jeito neste País!
Os Presidentes do Senado, das Câmaras Federal, Estaduais e Municipais deveriam seguir o exemplo da Ministra CARMEN LÚCIA que teria, porém, obrigação de corrigir as brutais distorções dentro da mais ALTA CORTE que preside.
Por que nunca fiscalizaram? Não merecemos conhecer a verdade?
A corrupção institucionalizou-se no País nos últimos 30 anos e atingiu níveis alarmantes a partir de 2002. Para tanto contribuíram a participação e/ou omissão de governantes, a ganância de políticos e empresários, a conivência de dirigentes de organizações vinculadas ao governo e a falta de controle de um órgão, semelhante ao extinto Serviço Nacional de Informações, que detectasse tão graves crimes e que impusesse respeito e medo aos delinquentes.
A descontinuidade administrativa é evidente e dezenas de obras hiperfaturadas ficam pelo meio do caminho, dando enorme prejuízo aos cofres públicos.
Os planejamentos mal feitos dão margem a sucessivos aditivos que chegam a dobrar os orçamentos iniciais , sendo os grandes responsáveis pelos desvios criminosos nos conluios de corruptos e corruptores.
Outro grande desperdício ocorre por ocasião dos financiamentos de partidos políticos e de candidatos às eleições. A maioria dos doadores prefere aguardar a disputa do segundo turno para contribuir somente aos dois finalistas a fim de se locupletar de privilégios qualquer que seja o resultado.
Agora mesmo, o relator da Reforma Política na comissão especial da Câmara dos Deputados teve a desfaçatez de propor a receita de R$ 3,6 bilhões como fundo público de doações de campanha , sendo R$ 45 milhões destinados a oito partidos sem qualquer representação. Deve ser registrado que a pressão popular impediu que estas cifras fossem ainda maiores. Por incrível que pareça, um Ministro do STF ainda as considerou insuficientes....
Preocupados com suas reeleições, os parlamentares decidiram adiar a discussão deste absurdo.
Alguém financia a tentativa do ingresso de um pobre na faculdade? A de um operário na fábrica? A de uma enfermeira no hospital? A de um militar na caserna? A de alguém para qualquer profissão liberal? Todos fazem às suas custas e/ou com ajudas de familiares.
Por que os políticos fogem à regra geral?
Mas o nosso desperdício não fica só aí!
Já viram o que sobra de frutas, legumes e verduras nas calçadas das feiras livres? E de alimentos nos bares e restaurantes? E de remédios vencidos? Na EUROPA isto não ocorre porque enfrentaram e muitos sofreram com as agruras de duas guerras mundiais.
30% da nossa produção agrícola é esbanjada e 13 milhões de brasileiros passam fome ou estão desnutridos.
O pesquisador da UERJ, JOSÉ ABRANTES, demonstrou que nossa perda chega ao elevado índice de 150% do PIB. Nos países europeus varia entre 20 a25% e no JAPÃO é ainda inferior.
Será que outros também pagam o salário prisional para incentivar a delinquência? E o que recebem os pobrezinhos para minimizar seus sofrimentos com doenças degenerativas?
E o chamado “abono barriga” que estimula a gestação pueril principalmente dentre as mais carentes , contribuindo para o aumento populacional descontrolado e para o agravamento dos problemas educacionais, de assistência médica, desemprego e insegurança? Recentemente, houve aumento de 15% na gravidez entre os 10 e 19 anos com reflexos no aborto provocado.
Nossa burocracia é medieval e, por falta de liberação, equipamentos caros e importados apodrecem nos galpões e, até mesmo, em hospitais.
Somos um País rico! Já fomos a 6ª e agora caímos para a 9ª economia mundial dispondo de recursos naturais abundantes.
Mas, sem dúvida, estamos entre os primeiros em desperdício e corrupção, razão pela qual temos de conviver, lamentavelmente, com tantas misérias e contrastes.
E ninguém dá jeito nisto!
Diógenes Dantas Filho - Coronel Forças Especiais/ Consultor de Segurança
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