terça-feira, 8 de agosto de 2017

FORÇAS ARMADAS NO RIO DE JANEIRO

Em 2017, já morreram 92 Policiais Militares no RJ e o Estado não tem estrutura para, pelo menos, minimizar tão grave problema e tampouco dar a devida assistência às famílias enlutadas.
A situação é tão crítica que nos últimos anos houve uma evasão média anual de 2000 policiais que não são repostos pela falência  econômico- financeira.
Entre 2015 e 2016 o número de baixas voluntárias aumentou 69,5%, além dos 1400 afastados por problemas psicológicos somente no ano passado.
As Unidades de Polícia Pacificadora (UPP’s) não receberam o apoio necessário para a implantação de obras sociais em benefício da população local, os criminosos  dominaram suas regiões de homizio e os policiais, por falta de pessoal e de recursos, ficaram entregues à própria sorte.
Os tiroteios frequentes nas comunidades carentes e as balas perdidas ceifam a vida de inocentes e aumentam o óbito de militares no cumprimento do dever.
Em face do caos, o Governo Federal autorizou o emprego de 8,5 mil militares das Forças Armadas (FFAA), 620 agentes da Força Nacional e 1120 da Polícia Rodoviária Federal para ajudarem na  segurança até dezembro de 2018.
Foi constituído um Estado - Maior conjunto com pessoal do Exército, Marinha e Aeronáutica envolvendo policiais dos governos federal e estadual.
Para golpear eficazmente o crime organizado há  imperiosa necessidade do desencadeamento   de operações de Inteligência e de ações repressivas diretamente sobre os focos de atuação dos meliantes, destruindo os seus arsenais de armas e munição.
A  discrição e a surpresa são essenciais. Tudo deve ser feito com respaldo legal  mas a impunidade não pode ser  admitida. É  utópico pensar na recuperação dessa corja!
A população não sabe a quem recorrer e é chegada a hora  de apoiar as forças legais na tentativa de dar um basta ao abuso e audácia dos criminosos que infectam a região. O disque denúncia deve ser estimulado por ser de extrema valia na coleta de informações.
Os militares deverão ficar em condições de serem  empregados a qualquer momento e de fazerem o patrulhamento  nas ruas. 
O controle das rodovias pela Polícia Rodoviária Federal terá de priorizar o combate ao contrabando de armas  e de drogas para sufocar a base logística dos bandidos.
Uma estratégia de segurança, de dissuasão e,até mesmo, de repressão, conduzida por equipes motivadas e capacitadas  será de fundamental importância nas operações.
Desde maio, 620 integrantes da Força Nacional e 260 agentes da Polícia Rodoviária já estão reforçando a segurança no Estado.  No entanto, é muito pouco diante do poder dos bandidos.
É obvio que a presença  das FFAA atesta a incapacidade do governo estadual  na sua obrigatoriedade  de dar  segurança aos residentes  e de conter o vertiginoso avanço de criminalidade.
O seu emprego é legal e tem sido muito eficiente desde a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, com a participação de 155 Chefes de Estado e de Governo. Porém, a participação em ações desta natureza deve ser muito bem avaliada e conduzida porque o risco é enorme. Se, lamentavelmente, ocorrerem vítimas inocentes a mídia cairá de pau nos militares e haverá o seu desgaste na opinião pública apesar de o povo estar exigindo, em última instância e por questão de sobrevivência, a sua imprescindível colaboração.
As autoridades e políticos gostam de faturar quando as coisas lhes convêm mas criticam, se omitem ou lavam as mãos, como Pilatos, se algo der errado.
O emprego das Forças Singulares em missões diversas  de sua atividade- fim é erro tático e estratégico, não podendo ser vulgarizado e, muito menos, usado para fins meramente eleitoreiros.
O Poder de Polícia lhes deve ser assegurado porque, em casos episódicos, algumas garantias individuais poderão ser restringidas temporariamente para manter a ordem pública e garantir o controle da situação.
Todavia, diante de total insegurança privada e pública na antiga capital, não havia outra solução.
Resta-nos orar para que tudo transcorra com tranquilidade e que diante de eventuais confrontos de consequências imprevisíveis só ocorram baixas do lado do inimigo público e que as demagógicas críticas de radicais representantes dos Direitos Humanos caiam no vazio.
Como está não pode continuar porque a vida é o maior bem da sociedade, a liberdade é indispensável ao desenvolvimento do cidadão e a segurança é dever do Estado.

Diógenes Dantas Filho- Coronel Forças Especiais/ Consultor de Segurança

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